De Mãos Dadas
25 de fevereiro: Dia Mundial do Pistácio
A origem do pistácio ainda não foi estabelecida, embora se saiba que se encontra em estado silvestre numa área muito dispersa entre a Ásia Menor, o Sudoeste Asiático e o Turquemenistão. Mesmo que atualmente o cultivo de pistácio está principalmente difundido na região do Médio Oriente e da Califórnia, a Península Ibérica está já a considerar o cultivo do pistácio uma oportunidade para a agricultura. O interesse espanhol despontou há cerca de 20 anos, idade dos pomares mais antigos, e destaca a Andaluzia, que tem um quinto das plantações, e Castela-La Mancha.
Em Portugal, considera-se desde há 5 ou 6 anos como uma grande oportunidade para a agricultura do interior. Destacam as produções de Fundão, mas também pode-se mencionar o potencial de zonas como Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja.
Juntas, as produções de Espanha e Portugal transformam a Península Ibérica como o maior produtor europeu desta semente.
24 de fevereiro: O Carnaval
Nestas datas de Fevereiro celebram-se as famosas festas carnavalescas tanto em Portugal como em Espanha. Durante a celebração deste festival, humor, paródias e fantasias invadem as ruas das cidades e vilas de ambos os países, cada um com suas próprias tradições.
Em Espanha, hoje em dia, o carnaval é comemorado em muitas cidades e vilas, e as tradições são diferentes dependendo do lugar, mas, em geral, caracteriza-se por desfiles de pessoas vestidas na rua com música e uma atmosfera festiva.
Em Portugal, a celebração do carnaval está intimamente ligada às tradições que foram importadas do Brasil no século XV, época em que foram herdados elementos que ainda podemos apreciar na sua celebração, como a samba, o que é comemorado em todo o país com desfiles, música, comida e fantasias exóticas.
A origem da celebração deste evento parece estar nas festas pagãs, como as celebradas em honra de Baco, o deus romano do caos, a festa e o vinho, a Saturnália romana e a Lupercalia, ou as realizadas em honra do touro Apis no Egito.
21 de fevereiro: Dia Internacional da Língua Materna
21 de Fevereiro e o Dia Internacional da Língua Materna. Por esta data queremos falar da grande projeção que a língua portuguesa e a espanhola têm no exterior.
O espanhol e o portugués constituem uma grande comunidade linguística de cerca de 850 milhões de falantes espalhados por quatro continentes, com presença especial na América, África e Europa.De acordo com estimativas demográficas das Nações Unidas, o espanhol e o português atingirão cerca de 1,2 bilhão de falantes a meados do século XXI. Juntas, as populações que falam essas línguas de origem ibérica como língua materna somam um grande número de pessoas que habitam diferentes partes do planeta. A expansão dessas línguas aumentou sua riqueza na forma de dialetos e variações.
10 de fevereiro: Dia Internacional dos Legumes
Pelo dia internacional dos legumes, queríamos falar da maneira na que se preparam estes ricos alimentos tanto em Espanha como em Portugal. Em ambos países encontramos variantes do tradicional “cozido”, um delicioso prato quente.
Entre eles destaca o conhecido “cozido madrilenho,” um dos pratos mais representativos da cozinha de Madrid. O seu ingrediente principal é o grão e os secundários, mesmo que inclui também diversas verduras, carnes e tocino de porco com algum encurtido.
Em Portugal, porém, este prato prepara-se a base feijão, batata, cenoura, nabos, repolho e arroz. Entre os produtos cárnicos pode-se escolher entre a galinha e variantes do porco. Todos eles possuim um profundo sabor fumado, aroma que carateriza esta variante do prato perante a outros cozidos da península ibérica.
Acredita-se que foram os judeus sefarditas os que introduziram o uso do grão em pausado estofado na cultura culinária espanhola, embora já se pode encontrar este alimento em pratos de fogo baixo cozinhados por cartagineses e andalusíes na Península Ibérica. A Adafina medieval pode-se considerar um cozido ou um potage tal e como os que agora se realizam por toda Espanha, igual que a “olla podrida castellana,” outro dos pratos onde se rastreia a origem deste guiso. A primeira receita escrita, em Portugal, foi publicada no livro Arte da Cozinha, da autoria de Domingos Rodrigues, a meados do século XVII. Neste documento, é mencionado um prato denominado “olla podrida” – versão espanhola do “cozido à portuguesa”. Este delicioso guiso partilha-se a ambos lados da península, especialmente em inverno, com sue delicioso e variado sabor.
26 de janeiro: Dia Internacional da Cestaria
Esta técnica artesanal, definida como a fabricação de cestos de diferentes materiais, é realizada em Espanha e Portugal desde a antiguidade, e continua a ser desenvolvida hoje em ambos os países.
Por exemplo, entre os parques naturais do Gerês e do Xurés, entre a Galiza e o Norte de Portugal, encontra-se uma das mais importantes colecções conjuntas de cestaria de toda a Península, na Porta do Parque do Xurés de Entrimo. Esta coleção inclui mais de 300 impressionantes peças. A cestaria destas regiões tem a sua origem na cultura de castros dos Celtas.
Existem muitos tipos de cestas: castanha, palha ou junco. Hoje podemos encontrar esses objetos em feiras e mercados, onde são vendidos principalmente como objetos decorativos ou lembranças, embora suas origens estejam ligadas ao trabalho agrícola e à colheita. Além disso, também eram usados para armazenar materiais de costura, ou para carregar alimentos como peixes, legumes e frutas.
O fábrico destas peças está condicionado pelo clima, uma vez que o vime, os juncos e as taboas surgem sempre nas margens dos rios, valas ou em terrenos alagados, e podem ser encontrados em toda a Península. A utilização da cestaria em Espanha e Portugal tem sido objeto de representação artística desde tempos remotos nas mais variadas produções de ambos os países. Podemos encontrar representações destes utensílios em pinturas rupestres, cerâmicas e mosaicos gregos, ilustrações medievais andaluzas e cristãs, ou em obras dos grandes mestres renascentistas e barrocos. A sua ampla representação na história da arte dá-nos uma ideia da importância, presença e antiguidade do uso da cestaria na Península Ibérica.
Hoje, a cestaria tradicional está a experimentar um enorme crescimento. As suas formas estão a ser reinterpretadas pelo mundo da moda, promovendo assim um trabalho de valorização e divulgação destas técnicas tradicionais comuns a Portugal e Espanha.
12 de janeiro: Dia Mundial do Maçapão
Este é um dos principais doces da gastronomia espanhola e portuguesa, e é composto principalmente por amêndoas, açúcar e ovos. As origens deste alimento são disputadas entre vários países, incluindo a Grécia Antiga, a Sicília ou a Pérsia. Muitos consideram que o rico doce chegou à Península Ibérica através das conquistas muçulmanas do século VIII, embora também há quem coloque a sua invenção no convento de São Clemente em Toledo, em 1212. Até hoje, esta ainda é a cidade espanhola mais conhecida pela produção de maçapão, embora seja possível encontrar variantes do doce em quase toda a península.
Em Portugal, por outro lado, o maçapão é consumido especialmente no sul do Algarve e, ao contrário de Espanha, onde é considerado uma sobremesa particularmente de natal, é consumido durante todo o ano.
Sua massa macia permite que seja moldada em todos os tipos de formas, como animais ou motivos geométricos, tornando a sobremesa não apenas uma delícia, mas também um ornamento muito agradável para decorar as mesas e receber convidados.
6 de janeiro: O Dia dos Três Reis
Hoje, 6 de janeiro, é um dia especial nas casas de portugueses e espanhóis, no qual é comemorado no Dia dos Três Reis. Esta tradição de origem cristão está contada no Evangelho de São Mateus, onde se diz que três sábios do Oriente foram guiados por uma estrela para adorar o menino Jesus, que acabava de nascer, para lhe oferecer uma série de presentes.
Em Espanha e em Portugal, esta data ainda é comemorada em muitas casas, com lancehes ou jantares que reúnem familiares e amigos. Em ambos países come-se neste dia o tradicional roscón de reyes ou bolo rei, um pão doce circular decorado com frutas carameladas e cristalizadas e açúcar. Em Portugal e na Galiza, o bolo-rei e é confeccionado com um brinde e uma fava. A pessoa que encontra a fava deve trazer o bolo de Reis no ano seguinte.
Na Espanha, ao contrário de Portugal, também acontecem grandes desfiles, as “cabalgatas” que percorrem as diferentes cidades do país, e as crianças acordam no dia 6 para encontrar presentes trazidos pelas suas majestades. Apesar das diferenças na forma de celebrá-la, a relevância desta data para os dois países fala de uma tradição partilhada que tem suas raízes na tradição cristã comum, e que ainda hoje emociona aos habitantes dos dois países.
26 de novembro: Dia Mundial da Oliveira
Aprovado por unanimidade em 2019 pela UNESCO, o Dia Mundial da Oliveira celebra-se anualmente o 26 de novembro e não só conmemora a planta arbórea mais extendida no mundo, mas também os símbolos que encarna: paz, sabiduria e armonia.
Segundo a UNESCO a oliveira é um elemento fundamental da paisagem de toda a Península Ibérica, que conta com mais do 60% do cultivo de oliveira da União Europeia, e contribui ao desenvolvimento económico e social sustentável das comunidades rurais. Tem sido um elemento de unidade e diversidade de todas as culturas desde tempos inmemoriais, trascendendo fronteiras e permitindo frutíferos intercâmbios entre os povos. No entanto, o “mar de olivos” de Jaén, é desde este ano, candidato a Património Mundial. Aliás, Portugal conta com o olivo mais velho da Europa localizado em Mouchão e que tem 3.350 anos.
Chegada à Península da mão dos comerciantes fenicios, a presença da oliveira condiciona até a própria toponímia do território, com cidades como La Oliva, Olivença, Oliva de la Frontera, ou o Monasterio de la Oliva, em Espanha, e a freguesia de Santa Maria dos Olivais de Lisboa ou Oliveira de Azeméis, em Portugal. Também influi na patronímica sendo habitual encontrar nos nossos países apelidos como Oliveira em Portugal ou Olivares em Espanha.
18 de novembro: Dia Mundial del Arte Islámico
Espanha e Portugal partilham um substrato arqueológico comum produto da realidade histórica da Península Ibérica até a Idade Meia, pois as diferentes culturas e povos que ocuparam a Península fazem possível encontrar ao longo do território dos dois países restos pré-históricos, fenícios, pré-romanos, romanos, visigodos ou andalusies.
Tanto em Portugal como em Espanha podemos encontrar hoje vestígios de impressionantes edifícios islâmicos como a Porta da Vila de Faro, a Mesquita de Mértola, a Medina de Elvas, ou a Mesquita de Córdoba, a Alhambra de Granada e a Aljafería de Zaragoza.
Estas construções foram realizadas durante o período de ocupação andalusí que, desde o século VI, e durante quase oito séculos, foi comum à grande parte da península, e refletem um passado histórico partilhado entre os dois países.
A beleza destes edifícios atrai anualmente centenas de milhares de visitantes de todo o mundo, e constituem uma parte indispensável do património e da riqueza arquitetónica de Espanha e Portugal.
16 de novembro: Dia Mundial do Flamenco
No día 16 de novembro de 2010, o flamenco foi declarado patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO. Misturando canto, dança e música, é uma expressão artística cujas origens estão na Andaluzia, um território do sul da península, e que hoje é considerado um dos gêneros musicais espanhóis mais conhecidos no estrangeiro.
Do mesmo modo, encontramos em Portugal o fado, um género artístico e musical também declarado património imaterial da humanidade em 2011, e que é parte indissolúvel dos sons mais característicos do país.
Muitos interrogam-se sobre a possível relação entre esta música tradicional portuguesa e o flamenco. Alguns especialistas situam a origem do termo “fandango” no termo português “fado”, que vem do latim “fatum, destino, destino”. Em Portugal, no início do século XVI, a palavra “enfandangado” foi utilizada para designar uma canção popular, e só em 1705 o termo “fandango” foi utilizado na dica anónima “O namorado do aldeão”.
A relação entre esses gêneros não é apenas linguística. De origem popular, ambos falam de temas existenciais comuns à experiência humana, como o amor, a morte ou a perda, a partir da canção e do acompanhamento musical do violão. Muitas são as colaborações que vêm sendo feitas entre artistas de ambos os gêneros, e sua fusão continua até os dias de hoje para unir a cultura musical dos dois países.
4 de novembro: Dia da UNESCO
O 4 de novembro é Dia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. É um dia onde se comemoram todas e cada uma das conquistas desta organização.
No âmbito cultural devemos senhalar que Espanha e Portugal sao dois dos paises com mais elementos considerados pela UNESCO como Património Mundial, quer seja material ou imaterial. Existem 49 bens culturais declarados Patrimônio da Humanidade na Espanha. Isso torna-o o segundo com mais declarações na Europa e o terceiro no mundo. Da sua parte, Portugal conta com 17 bens culturais declarados Património Mundial.
No Patrimómio Imaterial são sete as manifestações declaradas património mundial imaterial e doze por parte de Espaha. Mas, o mais destacado são aquelas manifestações que partilhamos ambos paises a cetraria ou a dieta mediterráneca, no âmbito do patrimonio imaterial, assim como espaços como os parques Foz Coa e Siega Verde ou os Parques Naturais de Gerês e Xures no norte de Portugal e sul da Galiza.
31 de outubro: Mérida – Évora
Pelo Dia Mundial das Cidades, celebrado hoje 31 de outubro, queremos trazer esta comparativa entre duas cidades patrimoniais, faros culturais de regiões transfronteiriças como o Alentejo e Extremadura que mostram a riqueza cultural e patrimonial do terriotorio comum que partilham Espanha e Portugal.
As cidades de Mérida e Évora tem um passado comum e romano, assim como ambas as cidades foram declaradas Património Mundial da Humanidade, Évora desde 1986 e Mérida desde 1993 e a segunda em 1986. As duas com uma postal parecida conformada pelo icónica imagem que representam os bem conservados templos de Diana de uma e outra cidade. Atualmente, Mérida e Évora trabalham conjuntamente na valorização do património, a cultura e o turismo de ambas as cidades e, por extensão, de Extremadura e o Alentejo.
27 de outubro: Fados
Pelo Dia Mundial do Património Audiovisual queremos recordar Fados, um filme documentário de Carlos Saura lançado em 2007 no âmbito da sua trilogia sobre a canção urbana moderna que começou com Flamenco (1995) e Tango (1998).
Saura utiliza um gênero próximo ao documentário sem enredo ou protagonistas que com grande beleza visual representa um musical em sua forma mais pura. Saura, reconhecido amante da música e da dança, mostra a sua admiração com Portugal. Para dar uma visão global do fenómeno, o realizador contou com o grande representante do fado Carlos do Carmo, assessor musical do filme, e vencedor do Goya à Melhor Cançao Original junto com Fernando Pinto do Amaral por Fado da saudade. Também aparecem outros artistas como Mariza, Camané, Lila Downs, Caetano Veloso ou Miguel Poveda, Ricardo Ribeiro ou Carminho, alguns jovens promessas na altura e hoje consolidados como grandes figuras musicais.
16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação
A dieta mediterrânea, declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2013, é partilhada por vários países da bacia do Mediterrâneo, como Chipre, Croácia, Espanha, Grécia, Itália, Marrocos e Portugal, está no ADN da cozinha espanhola e portuguesa.
A relação gastronómica entre Espanha e Portugal é ainda mais estreita. A mesma situação no espaço e experiências históricas partilhadas ao longo do tempo levaram à criação de uma cultura culinária partilhada, com múltiplas coincidências e influências recíprocas, embora com perfis bem definidos, que lhe conferem personalidade própria, sempre com peculiaridades diferenciadas, mas com muitos elementos comuns, dentro de uma grande riqueza e diversidade.
Hoje, podem conhecer alguns dos mais innovadores e destacados chefs de Espanha e Portugal nas nossas Batalhas Gastronómicas, no âmbito do programa E῀P Colab que desenvolvemos com Gerador.
10 de outubro: Giner de los Ríos
Um 10 de outubro como hoje nascia Giner de los Ríos. Pedagogo, filósofo e ensaísta espanhol, foi discípulo de Julián Sanz del Río, criador e diretor da Institución Libre de Enseñanza (ILE), também promoveu projetos complementares como o Museu Pedagógico Nacional (1882-1941), o Conselho de Expansão dos Estudos (1907-1938), a Residência de Estudantes (1910-1939) ou das Colônias Escolares, e projetos que se concretizarão anos após sua morte, como as Missões Pedagógicas (1931-1937), originalmente concebidas como Missões Ambulantes.
Junto aos professores Manuel Bartolomé Cossío, Salvador Calderón y Gerónimo Vida realizou a Lisboa a primeira grande excursão que organizou a Institución Libre de Enseñanza (ILE) em 1883, conhecida como a “excursión memorable”. Começaram em Madrid, passaram por toda costa cantábrica, até Gijón, chegaram a La Coruña e continuaram a viagem para Santiago de Compostela e Vigo para descerem a Lisboa, de onde voltariam para Madrid. Em 1932 foi fundado em Lisboa o Instituto com o nome de Giner de los Ríos, sendo, por tanto, o mais antigo dos centros educativos espanhóis no estrangeiro.