Xavier Ribas e Maria Sainz Arandia na Bienal’21 Fotografia do Porto
A segunda edição da bienal de fotografia do Porto reúne propostas de 15 curadores e 46 artistas portugueses e internacionais, que reflectem sobre temas como a emergência climática, ecofascismo, conflito, nacionalismo, populismo, cibersegurança, violência de género, violação de direitos, colonialismo, entre outros.
Com o mote “O que acontece com o mundo, acontece connosco”, a Bienal’21 Fotografia do Porto decorrerá de 14 de maio a 27 de junho em 15 localidades da cidade do Porto e desta vez também em Lisboa e no espaço virtual. Todas as exposições e iniciativas têm acesso gratuito.
Nesta segunda edição, a Plataforma Ci.CLO, responsável pela organização e curadoria do evento, desafiou este grupo de artistas a refletir sobre a interdependência entre os sistemas naturais e humanos e como a cultura e a arte desempenham um papel ativo no debate sobre questões sociais, económicas e vulnerabilidades ambientais.
Locais como o Centro Português de Fotografia, a Reitoria do Porto, a Estação de Metro de São Bento ou a Galeria da Câmara Municipal acolhem as 19 propostas expositivas de 15 curadores e 46 artistas nacionais e internacionais. Muitas das exposições são inéditas e criadas exclusivamente para a Bienal, fruto de processos de criação individual ou colaborativa entre artistas, em novas dinâmicas de residências artísticas virtuais.
“Este tem sido um dos grandes desafios: articular os processos de cocriação entre curadores e artistas, sempre no ambiente digital. Mas o resultado foi muito surpreendente. Novas portas foram abertas, novas possibilidades e novas formas de interação com os objetos da criação. Diria que mais do que uma adaptação houve uma verdadeira transição, que foi curiosamente o tema da primeira edição, em 2019”, partilha Virgílio Ferreira, Diretor Artístico da Bienal’21 Fotografia do Porto.
A Estação São Bento acolhe a exposição Cidades na Cidade, no seguimento de um concurso ibérico lançado pela plataforma Ci.CLO com o apoio do BPI e da Fundação La Caixa, em parceria com a PHotoESPAÑA, ArtWorks e Metro do Porto. O concurso público desafiou artistas portugueses e espanhóis a desenvolverem projetos fotográficos em iniciativas comunitárias urbanas no domínio da justiça social e ecológica. Carlos Barradas, com um projeto no URBiNAT, no Porto, e María Sainz Arandia, com um projeto no Cabanyal Horta, em Valência, foram os artistas selecionados para integrar este projeto colaborativo.
Artistas espanhóis na Bienal’21 Fotografia do Porto
Xavier Ribas: Trafficking the Earth
- Artistas: Xavier Ribas, Ignacio Acosta e Louise Purbrick.
- Salut au monde!, Rua de Santos Pousada 620, 4000-480 Porto.
- Ter–Sáb: de 14h às 19h.
Trafficking the Earth, cujo foco é a fotografia na sua relação com outros documentos históricos que problematizam o capitalismo enquanto sujeito transformador da nossa relação com a Terra, dirige o olhar para a riqueza mineral do Chile e os processos de apropriação, acumulação, esgotamento / deslocamento, e violência que se lhe associam.
Xavier Ribas é fotógrafo, professor da University of Brighton e professor associado da Polytechnic University of Valencia. Seu trabalho fotográfico investiga locais disputados e histórias e geografias de abandono.
María Sainz Arandia: Cidades na Cidade
- Artistas: Carlos Barradas e María Sainz Arandia.
- Estaçao de Metro de São Bento, Praça de Almeida Garrett, 4000-069 Porto.
- Seg–Dom, de 06h às 01h.
A exposição Cidades na Cidade reúne as obras de Carlos Barradas e María Sainz Arandia – registos de iniciativas comunitárias no campo da justiça social e ambiental, no Porto e em Valência, explorando o potencial da sustentabilidade do espaço público e a poética das relações que daí emergem enquanto atos de resistência inclusivos e regenerativos.
O trabalho fotográfico de María Sainz Arandia centra-se principalmente em explorar as relações do ser humano e seu ambiente através da imagem, a partir de uma perspectiva ampla que interroga as fronteiras entre realidade e ficção. Interessado na construção de novos sentidos a partir do que vemos, e que muitas vezes passa despercebido.