Reencontros. Memórias musicais no Palácio de Sintra
Os grupos espanhóis Senderos Flamencos e Accademia Del Piacere vão abrir e fechar respectivamente este programa musical que ira decorrer no Palácio de Sintra.
Reencontros, ciclo de música dedicado à Idade Média e ao Renascimento, regressa ao Palácio Nacional de Sintra. Ao longo do mês de julho, oito espetáculos sugerem diversas propostas que vão desde o Flamenco até ao reportório sagrado, passando pelas lendas germânicas e as histórias de outros povos. Esta edição recebe convidados de renome internacional que chegam de Espanha, Itália, França e Alemanha. Compañia Flamenca Cadencia Andaluza, L’Arpeggiata, Ala Aurea, Odhecaton e Accademia del Piacere são os agrupamentos que compõem o cartaz da quarta edição de Reencontros.
Reencontros tem direção artística do maestro Massimo Mazzeo, que avança que “o ciclo deste ano tem o Mediterrâneo como ponto de expansão, assim como tudo aquilo que o Mediterrâneo trouxe aos países que olham para esse berço da civilização”. No Pátio Central e na Sala dos Cisnes do mais antigo Paço real do país, todas as sextas e sábados de julho, revisitam-se sonoridades medievo quinhentistas ajustadas ao contexto histórico deste Palácio. Os repertórios de Reencontros refletem o gosto musical da Alta Idade Média até finais do século XVI.
Cadencia Andaluza: Senderos Flamencos
- Sexta-feira, 6 de julho as 21h30.
- Compañia Flamenca Cadencia Andaluza: Rubén Martínez (guitarra e direção musical), Juan María Real (guitarra), Javier Allende (voz), Kisko de Alcalá (voz), Rocío Suarez (dança), Alvaro El Sarabia (dança), Manuel Moreno (cajón Flamenco) e Juanmi Guzmán (contrabaixo).
Rubén Martínez e a sua companhia Cadencia Andaluza apresentam, pela primeira vez em Sintra, os espetáculos Senderos flamencos e Somos magia, concebidos para darem a conhecer a genuína arte clássica do Flamenco, percorrendo os seus estilos mais importantes através das três principais disciplinas: guitarra, canto e dança. Cada uma com o seu papel de destaque, às quais se vão juntando outros dois instrumentos, o cajón Flamenco e o contrabaixo, que dão suporte rítmico, resultando em espetáculos vibrantes e emocionantes que contam com a participação de conceituados jovens artistas com experiência e personalidade.
Accademia Del Piacere: Redescobrindo Espanha
- Sexta-feira, 27 de julho as 21h30.
- Accademia Del Piacere: Fahmi Alqhai (viola da gamba e direção musical), Johanna Rose (viola da gamba), Rami Alqhai (viola da gamba), Javier Núñez (cravo), Juan Carlos Rivera (guitarra barroca) e Pedro Estevan (percussão).
A música sevilhana do “século de ouro” refletiu uma constante oscilação entre dois polos: por um lado, a joie de vivre, o desfrutar do momento, a sensualidade, a comédia, a luz; e, por outro, a mística, a contemplação do eterno, a espiritualidade, a tragédia, a profunda obscuridade. Nas suas ruas não faltavam danças e variações de canções de êxito, como Guárdame las vacas, jácaras ou folías. Porém, com o virar do século (1600), o misticismo da polifonia religiosa —que, convém dizer, nunca deixou de estar presente — reinava, já, sem competição. Obedientes, alternaremos entre um e outro, neste concerto.
Accademia Del Piacere: Hispalis Splendens
- Sábado, 28 de julho as 21h30.
- Accademia Del Piacere: Fahmi Alqhai (viola da gamba e direção musical), Johanna Rose (viola da gamba), Rami Alqhai (viola da gamba) e Javier Núñez (cravo).
No presente programa, a Accademia del Piacere procura recuperar a principal prática instrumental (a hispânica, neste caso) e a leitura musical dos séculos XVI e XVII, mantendo-nos afastados da interpretação superficial de fantasías, diferencias y glosas criadas na sua época enquanto meros exemplos de uma prática e focando-se na criação e na performance puras, seguindo verdadeiros critérios historicistas: o objetivo e propósito reais dos músicos de todos os tempos.