Pedro Bonet no festival Terras Sem Sombra em Barrancos
O violinista será o primeiro músico espanhol em participar nesta nova edição do Festival Terras Sem Sombra.
Pedro Bonet
- 1 de fevereiro às 21h30. No Cineteatro.
- Programa: Johann Sebastian Bach: Suíte para Violoncelo Solo nº 3; Gaspar Cassadó: Suíte para Violoncelo Solo; György Ligeti: Sonata para Violoncelo Solo.
Nascido em León, em 1997, foi aluno de Suzana Stefanovic, Rafael Ramos, Gary Hoffman, Gregor Horsch, Jens Peter Maintz, Marco Pereira, Zdsilaw Lapinski, Karolina Styczen e Philippe Muller, entre outros, e trabalhou na especialidade de Música de Câmara com Flores Chaviano, Georgy Vasilenko, Noelia Rodiles e Amparo Lacruz.
Em 2017, foi seleccionado para participar na International Competition Witold Lutoslawski, em Varsóvia, e no Concurso de Cuerda de Juventudes Musicales. No ano seguinte, venceu o Concurso de Cuerda Ciudad de Vigo, na especialidade de Violoncelo, e obteve o 1.º Prémio na categoria superior do Certamen Intercentros Melómano.
Deu recitais em Madrid (Centro Cultural Nicolás Salmerón, Museo Romántico, CSKG, Centro Príncipe de Asturias, Colegio de Médicos, Club Matador, Fundación Olivar de Castillejo, CentroCentro, Museo Thyssen, Clásicos en Verano, etc.), Segóvia (Teatro Canónigos, Palacio de la Granja, Casa de las Flores), Festival de Música y Danza “Ciudad de Úbeda”, Toledo, León (Sala Eutherpe, Fundación Cerezales Antonino y Cinia) e Maiorca. Colabora regularmente com o Grupo de Música Barroca La Folía, é membro do Trio Euphoria e do Octeto de Violonchelos KG, já tocou com a Orquesta Sinfónica de Madrid no Auditorio Nacional e, como solista, interpretou o Concerto n.º 1, de Shostakovich, com a Orquesta Sinfónica del Real Sitio, sob a direcção de Cristóbal Soler.
É discípulo de Michal Dmochowski, com o qual obteve o Grau Superior no Centro Superior Katarina Gurska. Recebeu o Premio Fin de Grado e as mais altas qualificações, o que lhe permitiu ser bolseiro do Prémio Especial da Fundación Katarina Gurska durante quatro anos consecutivos.
Festival Terras Sem Sombra 2020
O Festival Terras sem Sombra reúne, desde 2013, música, património e biodiversidade num acorde sereno, que soa para além da planície. Com o objectivo de partilhar o legado cultural e natural do Alentejo, o Festival dá a conhecer o que aqui há de mais fascinante, dos centros históricos às áreas rurais, da vida selvagem às etnografias locais. A ambição é a de projectar esta região, nacional e internacionalmente, como um território de identidade ímpar, que se afirma como um notável “destino de arte e natureza”.
E porque o Alentejo tem uma banda sonora, uma presença sonoplástica, uma herança de sons, este é o palco para a grande aventura da música. O Terras sem Sombra tem um carácter itinerante porque persegue essa herança melódica, esse canto sublime do rouxinol eterno. O foco está na descentralização cultural, na formação de novos públicos e na irradiação do Alentejo. A programação, de livre acesso, integra, além dos concertos, master classes, conferências temáticas, visitas guiadas e acções de formação prática.
Eventos relacionados
Património: Língua de contato: O barranquenho
- 1 de fevereiro às 15h00.
- Língua – não oficial – da zona de Barrancos, onde se incluem a vila com o mesmo nome e algumas povoações próximas, o barranquenho conta com, aproximadamente, 3000 falantes. É filho da sua posição raiana, onde a influência das variedades meridionais do castelhano se faz sentir. Uma das principais características consiste na remoção do l e do s e do r no fim das palavras, fenómeno bem andaluz. O s, quando corta a palavra, aspira-se. Ainda na mesma área de influência, há a queda do d nas últimas sílabas quando entre vogais, e o j, tal como o ge, passam por vezes para o lado castelhano, usando-se nestes casos o x, tal como o v se ouve como b. O e, quando no final da palavra, diz-se i, condição que ultrapassa o âmbito local e está normalmente associada à pronúncia alentejana. Também o género de certos substantivos muda, como no castelhano; e os pronomes seguem a tradição do lado de lá da fronteira, antecedendo o verbo em vários casos – “vou-me” passa a “me bô”. Não há, todavia, um conjunto de regras que permitam definir o barranquenho em termos absolutos, até por ele se transmitir quase exclusivamente pela forma oral, o que acaba por torná-lo mais rico enquanto falar popular.
Biodiversidade: Quando a fronteira une: O Rio Ardila
- 2 de fevereiro às 09h30.
- Rio internacional, o Ardila nasce em Espanha, na serra de Tentúdia, a 1100 m de altitude, cruza transversalmente a província de Badajoz e desagua na margem esquerda do Guadiana, perto de Moura, a uma cota de 95 m. Na sua bacia, com uma área de 1043 km², destacam-se dois afluentes, o arroio de Benferre, em solo espanhol, e a ribeira de Murtega, já em Portugal. Ao passar junto a Noudar, em Barrancos, faz vários meandros, um dos quais designado Volta do Mango. Sendo fronteira com Espanha, esta área foi cenário de muitas histórias, nomeadamente as relacionadas com o contrabando. As margens guardam uma flora abundante, incluindo espécies únicas para Portugal, como o Geranium malviflorum, cuja presença em Noudar é surpreendente, devido ao afastamento geográfico entre a pequena colónia aqui existente e as populações mais próximas em Espanha, a cerca de 160 km. Não se revela menos rica a avifauna, com destaque para o guarda-rios, a garça-cinzenta, a cegonha-preta, a águia-imperial e o grifo.