Outra Fase da Forma de Pablo Barreiro
Pablo Barreiro apresenta Outra Fase da Forma, a sua segunda exposição individual na galeria NO·NO.
A realização das obras parte de um processo de fundição, onde existe um molde de escayola, no qual se lhe verte cera vermelha. O molde de escayola contém uma forma principal, a que habitualmente se utiliza, porém Barreiro se interessa pela outra face dessa forma (..) Isso que vocês veem é a face onde se pode entender claramente o processo de confecção da escayola: são texturas de mãos, erosões, manchas da própria cera que se misturam com a forma e o processo de copiado.
É uma forma muito orgânica em contraposição com a outra face, que consiste em uma forma lisa que guarda o reflexo de elementos formais: relativamente arquitetônicos ou provenientes de algum desmanche, como nesse caso. A cópia inclusive pode aparecer dentro como fora do molde, como uma pele desprendida. (…)
No espaço expositivo, ademais, existe uma intervenção site-specific com a mesma cera vermelha. Barreiro dispôs essa cera sobre a superfície da parede não de maneira expressionista, mas sim de modo contenido, controlado; aludindo simultaneamente à esfera pictórica. Inclusive a zona à qual esse monocromo vermelho de cera foi aplicado tem relevância para Barreiro já que aquele que visita a exposição descobre a intervenção ao final do trajeto expositivo.
Barreiro não se interessa por chegar ao final do processo tradicional e assim ele altera o juízo que temos em relação à nobreza desses materiais já que, segundo ele, estamos mostrando um processo em elipse. Os materiais que observamos aqui são de transição e em um processo tradicional de fundição esses seriam materiais descartáveis.
Pablo Barreiro
Pablo Barreiro (Meaño, Pontevedra, 1982) é licenciado em Belas Artes pela Universidade de Salamanca (2010). Estudos avançados e Projecto Individual no Ar.Co, Lisboa, PT (2012-13). Vive e trabalha em Pontevedra.
Do seu percurso artístico recente destacam-se a participação em exposições no CGAC Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela), MAC Museo de Arte Contemporáneo (Corunha) e MARCO Museu de Arte Contemporânea de Vigo, assim como os prémios Isaac Díaz (2016) e INJUVE (2012) e as residências artísticas NUOVE (2018. Bassano del Grappa, Itália) e uma Residência de Investigação no MAC Museo de Arte Contemporáneo (2016. Corunha).
O seu trabalho está representado nas colecções do CGAC Museo de Arte Contemporánea (Santiago de Compostela), na Colecção DKV (Espanha), na Colecção NUOVE (Bassano del Grappa, Itália) e na Colecção Luis Sirvent (Vigo), entre outras colecções públicas e privadas.