Bird Dog de Marina Mascarell
Marina Mascarell apresenta em Portugal esta performance online que acontece ao mesmo tempo nas ruas de quatro cidades diferentes, no âmbito da “Quinzena de Dança de Almada” e a “Mostra Espanha 2021”.
Bird Dog é um road movie (de dança), uma viagem que altera a perspetiva do dia a dia do participante, levando-o a questionar a sua identidade cultural. A viagem acontece ao vivo, é um ato efémero que acontece nas ruas de quatro cidades diferentes – Tóquio, Lisboa, Nova York e Haia –, uma peça site specific apresentada por quatro intérpretes distintos. Eles estão conectados por meios técnicos, compartilhando uma experiência física e sensorial com vista a produzir alterações internas: o corpo movimentando o espírito. A celebração de uma passagem: um ritual remoto para transformar a percepção do espaço público e engendrar uma comunidade de ressonância, capaz de vivenciar harmonia e ritmo comum.
Bird Dog quer romper com o binarismo tecnologia – corpo, redefinindo a nossa relação com a tela, usada principalmente como uma ferramenta de comunicação. O uso de dispositivos eletrónicos para compartilhar o corpo torna a cidade num campo sensorial repleto de texturas, volumes, densidade, diferentes superfícies, peso, cores, temperatura da matéria, cheiros, sons, tempo…, um modo de reativar o impessoal durante um encontro sensorial, questionando a crescente hegemonia do olho. Não culpando a máquina pela separação crescente entre o eu e o mundo, na nossa constante imersão numa visão bulímica, mas encontrando maneiras de despertar o nosso vínculo comunitário incorporando uma consciência coletiva por meio de um ritual remoto.
Marina Mascarell
Marina Mascarell é coreógrafa, radicada na Holanda, artista associada do Mercat de les Flors, em Barcelona e do Teatro Korzo em Haia. No seu trabalho, conceitos, reflexões e indagações tornam-se numa luta poética, onde o pensamento se transforma em corporeidade e movimento.
Mascarell interessa-se por um corpo rebelde, caracterizado pelo questionamento da “normatividade”, no corpo dançante como forma de resistência, profundamente enraizado em ação política e social. Foi bailarina do Nederlands Dans Theatre e do Cedar Lake New York e criou peças para diferentes instituições, como GöteborgsOperans Danskompani, Biennale de la Danse de Lyon com Lyon Opera Ballet, Skanes Dansteater, Dance Forum Taipei, Nederlands Dans Theatre, Barcelona Grec Festival entre outros. Colabora com artistas nas áreas de artes visuais, cinema, música e teatro.
Desenvolveu também uma prática fortemente ligada ao seu processo coreográfico, um método focado na pesquisa do movimento e no aumento da consciência corporal. Ministra workshops em diferentes festivais, instituições e escolas.