Fahrenheit 2021 de Luis Costillo
O Instituto Cervantes acolhe esta exposição da obra dos últimos anos deste artista plástico no âmbito da “Mostra Espanha 2021”.
Luis Costillo (Rosal de la Frontera, Huelva, 1956 – Badajoz, 2019) foi um importante artista plástico estremenho, com uma ampla trajetória que abarcou disciplinas muito diversas. Em 2005 abandonou a pintura e reorientou o seu trabalho para a criação de livros de artista, nos quais formulava propostas que não encontravam adequada expressão como obras de parede. Fahrenheit nasceu aqui, e aqui cresceu. Através destes volumes (perto de duzentos), onde o literário e o plástico se entrecruzaram tão frutuosamente, Luis Costillo pôde desenvolver adequadamente o seu projeto artístico e aprofundar, sem entraves, os seus pensamentos e inquietudes.
Fahrenheit 2021 mostra uma seleção de trabalhos realizados desde 2005 até ao seu falecimento, em 2019. O núcleo fundamental da exposição é composto por livros de artista de conteúdo e tratamento muito diverso. Há trabalhos quase exclusivamente tipográficos, imagens acompanhadas de textos, construções gráficas de tipos de borracha, gravuras retocadas ou colagens… Não há uma linha definida quanto aos conteúdos, quase sempre com o intuito de desmascarar os meandros da sociedade capitalista e as suas injustiças. Humor e ironia cruzam-se com o desencanto e a desesperança. Textos crípticos acompanham fotografias explícitas, parágrafos de jornais ilustrados com desenhos, contrapublicidade, jogos de palavras transformados em imagens, textos literários ou bíblicos…
A exposição Fahrenheit esteve em Granada (2009 e 2011), Cáceres (2010), Badajoz (2012 e 2018), Vitória (2015), Oviedo (2015) e, depois da morte do autor, na Fundação Eugénio de Almeida de Évora (2019).