Josep Grau-Garriga: Los hilos de la memoria
Com curadoria de Lala de Diós e Esther Grau, a exposição “Los hilos de la memoria” reúne uma selecta amostra de obras têxteis realizadas entre 1972 e 1999, cujo fio condutor é a memória.
Grau-Garriga (Sant Cugat del Vallès, Espanha, 1929 – Angers, França, 2011) é considerado um dos mais proeminentes pioneiros do movimento inovador da arte têxtil contemporânea. Formado como pintor, iniciou a sua atividade profissional como muralista. A relação com o espaço e com o contexto natural, arquitetónico e social – central em todo o seu processo criativo – influenciou o desenvolvimento formal da sua criação têxtil que, a partir da tapeçaria, se caracterizou por transgredir e expandir permanentemente todos os seus parâmetros.
Do formato plano e limitado da tapeçaria tradicional, evoluiu desde cedo para a sua transformação escultórica e material, e daí para a instalação e o ambiente participativo, que desenvolveu extensivamente nas décadas de 1970 e 1980. A sua obra, exposta em várias edições da histórica Bienal de Lausanne, na Bienal de São Paulo e, mais recentemente, na Bienal de Sydney, faz parte das colecções dos principais museus europeus e americanos.
Este conceito, que foi um tema central para o artista ao longo da sua carreira e no conjunto da sua obra criativa, é aqui tratado numa perspetiva pessoal e colectiva. O diálogo entre o tangível e o abstrato, entre o permanente e o efémero, reflecte-se tanto no simbólico como no material destas obras monumentais, evidenciando a capacidade de inovação criativa do artista na arte têxtil contemporânea.