Festival Imaterial 2021

Festival Imaterial 2021

A primeira edição deste festival dedicado a música como elemento do património imaterial inclui a vários artista espanhóis.

O Imaterial parte dessa noção aguda de que a música existe no espaço e dialoga com ele. De que as culturas se relacionam mesmo quando podem ignorá-lo. A pretexto deste lugar, que é Évora, em que o Património Imaterial se encontra de forma tão clara com o Património Material que a UNESCO também reconheceu em 1986, a cidade, a sua envolvência e toda a região do Alentejo Central tornam-se o palco perfeito para que as músicas que são património da humanidade se apresentem em lugares carregados de História e possam com cada um deles encetar um diálogo único que nos será dado a escutar. Um diálogo entre culturas distintas, entre passado e presente, entre património edificado e património que só existe dentro dos seus intérpretes, em busca de um reconhecimento do outro e de valorização das diferenças.

Como se com o Imaterial fôssemos recordados de que a paisagem é o lugar que temos diante de nós, mas também o som que o acompanha a cada instante.

Magali Sare & Manel Fortià

  • 24 de junho às 21h30.
  • Fang i Núvols – lama e nuvens. Assim se chama o primeiro álbum do duo catalão Magalí Sare & Manel Fortià. E a explicação é fácil, dizem: enquanto um assegura a base rítmica da música (pensemos, portanto, no barro), o outro pode flutuar livremente por cima dela (cabendo-lhe o lugar das nuvens). A terra e o ar, em suma; as raízes e aquilo que delas se desprende. Esses dois papéis que a voz de Magalí e o contrabaixo de Manel chamam a si, e vão trocando ao longo de cada canção, reanimam este reportório retirado dos cancioneiros ibero-americano e catalão (com temas de Silvio Rodríguez, Simón Diaz, Henry Martínez ou Castor Pérez e Glòria Cruz) e abordado a partir de uma liberdade interpretativa própria de dois músicos formados pelo jazz.

Laura Lamontagne & PicoAmperio

  • 25 de junho às 22h20.
  • Contar histórias é uma das práticas mais ancestrais da humanidade. E uma das tradições mais estruturantes das identidades dos povos, criando correntes, transmitindo saberes e valores, construindo linhagens e pertenças. Mas, a cada momento, é preciso perceber qual a melhor maneira de o fazer. Laura LaMontagne, vinda do mundo da poesia e da música folk, encontrou em PicoAmperio, de gosto educado pelo hip-hop, o parceiro ideal, surpreendente na preparação da cama para o canto e as respectivas histórias. Aquilo que nos trazem recupera a tradição galaico-portuguesa, mas lança sobre ela ritmos electrónicos, originando uma música, segundo a revista Mondosonoro, “onde tradição e experimentação invocam um idioma comum de transgressão e respeito em partes iguais”. Só que alcançam-no com a naturalidade e a organicidade que fazem de cada canção uma canção de agora e não uma mera actualização histórica.

Los Hermanos Cubero

  • 26 de junho às 22h20.
  • Enrique e Roberto Cubero partilham pai e mãe, mas também uma convicção firme de que tradição e modernidade podem ser duas faces de uma só moeda. E acreditam mesmo que não é absolutamente certo de que saibamos sempre se nos encontramos diante de uma face ou da outra. Mesmo a tradição, quando tocada hoje, ganha uma outra vida, transforma-se por via dos seus intérpretes, crescidos num contexto diferente do original. O lançamento simultâneo dos álbuns Errantes Telúricos e Proyecto Toribio, este ano, faz prova disso mesmo: no primeiro, Los Hermanos Cubero aparecem como guardiões do folclore de La Alcarria e convidam músicos de diferentes linhagens musicais para os acompanhar; no segundo, são eles os representantes da contemporaneidade, juntando-se a uma dezena de violinistas para homenagear o mestre Toribio del Olmo.

Veja o programa completo (PDF).

  • Património cultural
  • Évora
  • qui, 24 de junho —
    sáb, 26 de junho 2021

Foro

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Teatro Garcia Resende, R. do Teatro 10, 7000-528 Évora
266-703-112

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Mais informações

Festival Imaterial

Créditos

Organizado pela Câmara Municipal de Évora em parceria com a Fundação Inatel

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