Fahrenheit, a consagração de Babel de Luis Costillo
A exposição apresenta o trabalho que o artista extremenho Luis Costillo realizou na última década da sua vida, quando abandona a pintura para elaborar livros.
A Fundação Eugénio de Almeida suspende, a partir do dia 14 de março, o funcionamento dos equipamentos de visita e fruição pública.
Fahrenheit, a consagração de Babel apresenta uma seleção de trabalhos realizados por Luis Costillo desde 2005 até pouco tempo antes da sua morte (abril de 2019), envolvendo várias tipologias de criação artística. A maior parte da exposição é composta por uma extensa série de livros de artista, coleções de trabalhos encadernados, pastas e caixas com formas e conteúdos muito diversos.
O artista estremenho usou os livros para formular propostas para as quais não conseguia encontrar expressão adequada sob a forma de obras para parede. E as palavras, que já estavam presentes na sua obra pictórica, encontraram uma nova via, na qual o literário se cruza com o plástico.
Para Luis Costillo, o livro de artista não era simplesmente uma coleção de trabalhos em papel encadernados, uma mera acumulação de folhas ilustradas. O livro é concebido desde o início como um todo, como uma entidade que deve ser apreciada na sua plenitude, um conjunto formado pelas inter-relações de todos os seus elementos, tanto formais quanto conceptuais, temáticos e materiais.
Isso faz com que o relacionamento das obras com o público seja muito intenso. Para o espectador que tome um destes livros nas suas mãos, o processo íntimo de descoberta torna-se a base da experiência; os livros podem ser explorados, folheados ou lidos de várias maneiras, indo para além das convenções da linguagem e da lógica. Não há regras ou instruções para nos embrenharmos neles. Nesse mundo de Babel, cada leitor é livre de seguir o seu caminho e construir sua própria narrativa.
Esta exposição insere-se no Projeto Campo Abierto, uma parceria entre o MEIAC – Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz (Espanha) e a Fundação Eugénio de Almeida, visando a cooperação para a promoção e conhecimento do trabalho dos artistas originários das respetivas regiões, bem como o aprofundamento do diálogo e da cooperação transfronteiriços.