El Conde de Torrefiel no Alkantara Festival

A companhia de teatro espanhola vai participar neste Festival com o espetáculo “La Plaza”.

O Alkantara Festival decorre em 2018, entre 23 de maio e 9 de junho, numa edição em que celebra a sua 15° edição e a associação Alkantara comemora 25 anos de atividade. À semelhança das edições anteriores, o festival conta com a colaboração do Maria Matos Teatro Municipal, São Luiz Teatro Municipal, Culturgest, Teatro Nacional D. Maria II e, regressa, depois de muitos anos, ao Castelo de São Jorge.

No âmbito da celebração dos 25 anos de atividade, o Festival conta com novas criações de Vera Mantero, Aldara Bizarro e João Fiadeiro – três coreógrafos que integraram o programa da primeira edição do festival, em
1993. Enquanto, Vera Mantero desenvolve uma pesquisa a partir do arquivo do artista multidisciplinar português Ernesto de Sousa, Aldara Bizarro continua a cruzar as componentes artísticas, sociais e pedagógicas. João
Fiadeiro constrói um dispositivo que se aproxima da linguagem cinematográfica, mas que a contraria trabalhando o “fora de campo” no interior da própria cena e deslocando o trabalho dramatúrgico para outros lugares.

La Plaza de El Conde de Torrefiel

• Sala principal com bancada.
• Duração aprox.: 150 minutos.
• Em espanhol, legendado em português e inglês.

O século XXI tem-se revelado agitado e conflituoso numa escala global. Os dias são bipolares: a maneira de pensarmos sobre nós próprios está a mudar radical e incontrolavelmente mas, ao mesmo tempo, nada muda. A civilização avança com trepidação enquanto a realidade se torna, paradoxalmente, cada vez mais subjetiva,
emotiva, impenetrável.

A tensão entre memória e imaginação, que nos torna singulares neste mundo, gera um conflito perpétuo entre o desejo de ultrapassar as imperfeições do que existe e o medo do desconhecido, do inexplicável e, em particular, do disforme. No fim de contas, a possibilidade de imaginar um futuro inexplicável torna-se um estado privilegiado de perfeição: um lugar onde os inimigos foram derrotados; um paraíso que só é alcançável
na morte.

O mais recente trabalho de El Conde de Torrefiel é imaginado como uma praça. O teatro e a praça partilham mecanismos narrativos do presente, e simultaneamente apelam a uma memória coletiva do passado; atores e cenário são os monumentos, e as pessoas que transitam nesta praça fornecem formas, histórias e nomes. O palco torna-se uma ágora que nos permite expandir os conceitos de espaço e tempo, para lá dos limites
físicos do que nos rodeia, e observar as tensões criadas pelas forças que regem a própria ideia de vida. Um espaço circular ocupado por monumentos e pessoas; um lugar específico que pode ser definido como tendo a capacidade de se imaginar e projetar no futuro.