Cistermúsica 2021

Cistermúsica 2021

A nova edição do “Cistermúsica” chega este ano com vários agrupamentos espanhóis, incluindo aqueles que não puderam estar no 2020.

Em 2021 o Cistermúsica continuará a explorar a simbiose entre a música e a envolvente monumental única do Mosteiro de Alcobaça, bem como a consolidar a projeção do Festival no espaço ibérico, não só mantendo uma programação protagonizada por alguns dos mais importantes artistas e grupos nacionais, mas também através do reagendamento dos concertos de agrupamentos espanhois previstos para a edição de 2020 que, devido ao contexto de pandemia, não foram realizados.

A componente temática da programação continuará a evocar os 500 anos da Circum-navegação, mas pretende também assinalar as efemérides mais relevantes do ano, como os 100 anos de Astor Piazzolla, os 100 anos da morte de Camille Saint-Saëns, os 50 anos da morte de Stravinsky, os 500 anos da morte de Josquin Des Prez, os 100 anos do Nascimento de Ariel Ramirez e ainda os 200 anos do Nascimento de Bottesini.

La Grande Chapelle: Obras em latim, de José de Baquedano

  • 25 de junho às 21h30. Na Nave Central do Mosteiro de Alcobaça.
  • Entrada livre com reserva de bilhete.

Apesar da sua importância e da qualidade artística da sua produção musical, o compositor de Navarra, José de Baquedano [Vaquedano], não foi suficientemente apreciado, talvez devido à sua posição cronológica entre duas grandes figuras do século XVII: Juan Hidalgo e Sebastián Durón. Deixando a sua terra natal, Puente la Reina, Baquedano mudou-se para Madrid, onde vestiu o hábito trinitário no Convento dos Trinitários Descalços. Estudou com Matías Ruiz, mestre de capela do Mosteiro Real da Encarnação. O seu prestígio nos círculos musicais espanhóis alcançou tamanha dimensão que, em 1680, órgão de direcção da Catedral de Santiago de Compostela ofereceu-lhe o lugar de mestre de capela, ocupado durante quase 30 anos. Nas suas obras sacras, Baquedano alcançou uma simbiose admirável entre o estilo moderno e as linguagens polifónicas tradicionais.

Solistas do Coro de Câmara de Granada e Samsaoui Ensemble: O périplo de Magalhães e Elcano: Uma volta ao mundo em 12 obras

  • 2 de julho às 21h30. No Claustro D. Dinis do Mosteiro de Alcobaça.
  • Comprar bilhetes (10€).

Este programa gira em torno da música que acompanhou o português Magalhães e o espanhol Elcano no que foi a primeira circum-navegação da Terra, há 500 anos.
Os Solistas do Coro de Câmara de Granada e do Samsaoui Ensemble mergulham em todo o tipo de aventuras musicais que podem ser encontradas nos arquivos das áreas geográficas que fizeram parte desta viagem épica. As versões instrumental, vocal e mista são os protagonistas desta viagem, que também inclui referências às cidades fundamentais de Magalhães na sua viagem à volta do mundo, tais como Lisboa, Mactan, Punta Arenas, Guão ou Sanlúcar de Barrameda.
Além dos grandes polifonistas espanhóis como Juan Vásquez e Francisco Guerrero, o repertório inclui também o legado do português Gaspar Fernandes, mestre de Capela na Catedral da Guatemala e Puebla, que recria na sua polifonia todo o domínio e o legado polifónico da Renascença espanhola e portuguesa, contribuindo com todo o sabor das línguas vernáculas. Referimo-nos a obras como Xicochi Conetzintle, uma preciosa canção de embalar; ou o guineo a 5 Eso rigor e repente, todo o sabor da música popular sob a ótica do maestro português.
Uma proposta inovadora e original, com algumas peças conhecidas e muitas outras resgatadas de manuscritos antigos, um pouco mais tarde do que a efeméride, mas que transmite todo o espírito de uma era de aventureiros importantes.

Ensemble Instrumental de Cantábria: Manuel de Falla 75/95

  • 25 de julho às 21h30. No Claustro D. Dinis do Mosteiro de Alcobaça.
  • Comprar bilhetes (10€).

75 anos da morte de Manuel de Falla e 95 sobre a estreia do seu Concerto

Accademia del Piacere: Música mestiça – na Espanha barroca

  • 1 de agosto às 16h00. Na Sacristia do Mosteiro de Alcobaça.
  • Comprar bilhetes (10€).

A monarquia espanhola do século XVII fechou as fronteiras culturais do país por medo das influências heréticas do Norte da Europa, forçando os seus músicos a criar música original, cheia de arcaísmos, mas também de novas soluções, e influenciada pelas danças trazidas das imensas colónias da coroa espanhola: ritmos de Nápoles, de Portugal, e, claro, dos vice-reinos americanos e, através deles, aqueles trazidos da África negra por milhares de escravos forçados a atravessar o Atlântico, encontraram o seu caminho para os palácios.
Desenvolvidas desde a primeira globalização, estas danças acabaram por dominar a própria música de Versalhes ou alcançando a caneta de grandes como Bach ou Scarlatti. Nas suas mãos, chaconas, fandangos, folias e canários colocam o pé na história.

  • Música
  • Alcobaça
  • sex, 25 de junho —
    dom, 1 de agosto 2021

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Mosteiro de Alcobaça, 2460-018 Alcobaça
262-597-611

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Cistermúsica

Créditos

Organizado pela Banda de Alcobaça e a Academia de Música de Alcobaça

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