A Paz Perpétua
Esta nova produção do Teatro Estúdio Fontenova, baseada no texto de Juan Mayorga, faz uma reflexão sobre os limites das medidas de segurança e o início do terrorismo.
A Paz Perpétua
- 21–23 Abril 2021 às 20h00.
- 24 e 25 Abril às 11h00.
Hannah Arendt defendia na Banalidade do Mal que, em resultado da massificação da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar. A Paz Perpétua de Mayorga traz-nos novamente a essa realidade de Arendt, onde a Paz se constrói na falta de moralidade. Referindo-se o próprio título da obra de Mayorga ao ensaio filosófico de Kant que reflete a eterna questão “será que os fins justificam todos os meios?”, deixa-nos a premissa de uma reflexão demasiado actual: onde é que as medidas de segurança acabam e onde é que começa o terrorismo?
O autor espanhol oferece-nos uma metáfora à ameaça terrorista global, três cães a competir por um lugar num corpo de elite de combate antiterrorista. Com o humor, por vezes negro, mas de um requinte de quem explora mais as suas dúvidas do que certezas, o autor ao dar às suas personagens a forma de animais, pode explorar ideias e conceitos que de tão brutais seriam inconcebíveis sair da boca de um ser humano, o que permite alargar a fronteira catártica desta sua metáfora.